sexta-feira, 16 de maio de 2008

Terreiros de candomblé em Salvador

A primeira pesquisa realizada para identificação de terreiros em Salvador aconteceu em 1960, coordenada pelo Centro de Estudos Afro-Orientais e obteve o resultado de 756 terreiros em funcionamento. Em 1983, a Secretaria Estadual da Indústria e Comércio, que tinha como objetivo o impacto dos terreiros no chamado mercado informal, apontou a existência de 1.018 terreiros. O mais recente evento de divulgação dos dados do Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador aconteceu no dia 08/05/07, na Reitoria da UFBA. O atual mapeamento identificou 1.296 terreiros, mas só cadastrou 1.138. Do total identificado, 25 terreiros negaram-se a responder o questionário, retraimento justificado em razão do histórico de discriminação e perseguição a religiões de matrizes africanas, e 133 terreiros estavam fechados por diferentes razões: morte da mãe ou do pai de santo, mudança de religião de quem estava à frente da instituição, terreiros abandonados ou demolidos.

Foram elaborados mapas para melhor identificação da localização dos terreiros na cidade e os bairros de maior concentração são: Plataforma (56), Paripe (39), Cajazeiras (38), Cosme de Farias (36) e Liberdade (33). Quanto ao recorte de gênero da liderança dos terreiros, as mulheres estão em maioria, mas houve um crescimento de homens na nação Ketu; 90% das mães ou pais de santo têm idade acima de 35 anos e estão há mais de 10 anos à frente do terreiro. O nível de escolaridade aponta 26% nível médio completo e 4% superior completo, no quesito profissão foram apontadas as mais diversas, desde dançarina, policial, ambulante a médico.

Um dado antes nunca apontado em pesquisas é que mais de 30% dos terreiros desenvolvem atividades sociais, políticas e culturais. Mantêm creche/escola, distribuem cestas básicas, organizam cursos de dança, de bordado e manicure, capoeira, teatro, palestras e seminários. Sobressai ainda do resultado da pesquisa, segundo o coordenador Jocélio Teles, diretor do Ceao, “a força” das religiões de matrizes africanas, que mesmo sofrendo agressões racistas dos neopentencostais, potencializadas através do rádio e da TV, conservaram e ampliaram seus espaços..

O que se buscou alcançar com a pesquisa, segundo os organizadores, foi a consolidação de uma base de dados que possa ser utilizada na elaboração de políticas públicas que permitam melhorar a qualidade de vida nas comunidades e preservar e valorizar a cultura de origem africana na Bahia.

Apenas 1/3 dos terreiros possuem escritura pública. Segundo Gilmar Santiago, diretor da Secretaria Municipal da Reparação, a partir do segundo semestre deste ano será feita a reforma física de 55 terreiros. As políticas públicas que serão adotadas posteriormente são: segurança, iluminação pública, programa de saúde da população negra, fortalecimento institucional e apoio técnico, regularização fundiária.

Luciano Gomes, 32, pai de santo do Terreiro Oxossi, diz que acha que o projeto “vai à frente porque o povo de santo está envolvido no trabalho e esse é um projeto diferente e que está se propondo a trazer melhoria para o a população negra e, principalmente, para quem acredita na nossa religião de raiz”.

3 comentários:

Anônimo disse...

O apoio da sociedade aos TERREIROS DE CANDOMBLÉ em Salvador é muito importante , pensamentos assim fazem com que todos percebam que o Candomblé assim como as outras religiões que são praticadas pelos seus adeptos tem o intuíto de recriar ,ou melhor,trazer de volta pensamentos altamente importantes às nossas vidas : PAZ,SOLIDARIEDE E MUITO AXÉ .Todos têm que se concientizar que , é uma religião de raizes africanas , trazidas pelos negros africanos , foram recriadas por aqueles que se não esqueceram das suas origens . O Brasil é uma mistura de raças , e a importância dessas raças devem ser lembradas por todos nós .Cultuar o CANDOMBLÉ SIGNIFICA RECRIAR AS TRADIÇÕES E APRENDER MAIS E MAIS SBRE NOSSAS ORIGENS .
JÉSSICA LAIS FREIXEIRA NASCIMENTO .

Unknown disse...

Integro o grupo de pesquisas do Laboratório de Psicologia Genética da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.
Estamos desenvolvendo um estudo acerca das idéias infantis sobre a divindade, as origens e a morte. Essa pesquisa baseia-se num questionário de perguntas que são feitas às crianças.
Gostaria de saber se poderiam me auxiliar nesse projeto, indicando endereços eletrônicos de pessoas ligadas aos terreiros de Salvadosr.

grata

Fernanda - nanda@iar.unicamp.br

Unknown disse...

Mensagem:Bom dia,

Sou integrante do grupo de pesquisas do Laboratório de Psicologia Genética da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.

Estamos desenvolvendo um estudo acerca das idéias infantis sobre a divindade, as origens e a morte. Essa pesquisa baseia-se num estudo proposto pelo prof. Dr. Juan Delval, da Universidade de Madrid e consiste
num questionário de perguntas que são feitas às crianças.

A pesquisa realizada por prof. Delval restringiu-se à crianças mexicanas e espanholas e estamos pensando em desenvolvê-la com crianças brasileiras, de diferentes crenças.

Gostaria de saber se poderiam me auxiliar, indicando endereços eletrônicos de pessoas ligadas aos terreiros de candomblé.

Grata

Fernanda Macahiba

 
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