segunda-feira, 10 de março de 2008

A Dificuldade dos deficientes físicos com o transporte público

Onde estão os ônibus adaptados para os deficientes físicos?


Anderson Silva, 30 anos, é paraplégico e enfrente todos os dias a dificuldade de se locomover, pois ele precisa diariamente ir até o Restaurante Popular, localizado no bairro do Comércio. Anderson mora no bairro do Lobato para ir ao seu destino tem que aguardar o ônibus adaptado para deficiente físico que tem horário para passar. Quando perde o horário do ônibus tem que esperar duas horas no ponto até que passe um outro.
O exemplo de Anderson é a realidade enfrentada por muitos deficientes físicos de Salvador. A quantidade de ônibus com elevador para deficiente que rodam na cidade é insuficiente para atender esse público. De acordo com a Superintendência de Transportes Públicos são apenas 107 veículos adaptados em operação, sendo que as empresas de ônibus deveriam disponibilizar 5% de sua frota para os deficientes
A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou uma lei que condiciona os financiamentos e empréstimos do governo para aquisição de veículos e transporte público a correta adaptação do veículo ao uso de pessoas portadoras de deficiência.
Outro problema também apontado pelo deficiente Jéferson Santos Santana, 32 anos, é que os motoristas e cobradores que trabalham nos ônibus adaptados não são treinados para mexer no equipamento, e por isso algumas vezes acabam causando acidentes.

O custo para adaptar um veiculo comum é determinado pelo tipo de deficiência. Em média, um carro paraplégico gasta em torno de R$ 2 mil reais. O valor mínimo é de R$ 422,00 e o máximo atinge R$ 5 mil. A demanda por carros adaptados para deficientes físicos no Brasil está estimada entre 130 a 140 carros por mês.
Além das dificuldades de se locomover usando o transporte público, são poucas as opções na hora de comprar um carro adaptado com garantia de fábrica. Conseguir as isenções de impostos envolve muita burocracia, e também há dificuldade em tirar a carteira de motorista.
À Associação Baiana de Deficientes Físicos desenvolve uma ação política e social em defesa dos deficientes. Segundo Silvonete Brandão, assistente social da ABADEF, 50% das queixas que os deficientes fazem ao órgão é justamente sobre a dificuldade de acesso ao transporte público. Silvonete ainda diz que há uma luta constante junto a STP para que a lei seja cumprida, colocando em linha a quantidade de ônibus prevista na lei, e também que os motoristas e cobradores sejam capacitados para atender bem o deficiente.

Um comentário:

Unknown disse...
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