domingo, 23 de novembro de 2008

Política de cotas - Você é a favor ou contra?



O acesso e permanência de negros na universidade, é um assunto que causa grande polêmica. Na última quinta feira (20/11) data em que comemora-se o dia da Consciência Negra, a Câmara de Deputados, por uma "iluminação divina" depois da espera de 2 anos, votou e aprovou a adoção do sistema de cotas em universidades públicas federais. Antes algumas universidades públicas que por iniciativa própria, disponibilizavam um percentual de vagas para os negros, índios e estudantes de escola pública.

As pessoas que são contra as cotas afirmam que desta forma pessoas desqualificadas estão entrando na universidade, mas está justificativa perdeu seu valor quando pesquisa realizada sobre o impacto do programa de ações afirmativas na Universidade Federal da Bahia (UFBA) apontou que os estudantes cotistas têm desempenho melhor ou igual do que não-cotistas. De um total de 57 cursos de graduação, em 32 os cotistas apresentam igual ou melhor rendimento do que os não-cotistas.

Em meu trabalho de conclusão de curso no qual falei um pouco no post abaixo, abordo está questão e conversei com Otto Agra que faz parte do grupo de estudo Firmina, que desenvolve pesquisa sobre as ações afirmativas, ressaltou que falta apoio para permanência dos negros nas universidades. Isso por que a política de cotas garante o acesso as universidades, mais a evasão ainda é muito grande, as universidades são públicas mais sabemos que o custo é alto para se manter estudando. Ainda não é desenvolvida nenhuma ação governamental quanto a isso, existem apenas ações de núcleos de apoio a estudantes negros dentro das universidades.

Naomar de Almeida Filho, reitor da UFBA, em entrevista ao jornal Correio da Bahia afirma que os estudantes cotistas são mais aguerridos, valorizam mais a oportunidade de ingressar numa universidade pública.

Existem os competidores calçados e os descalços, cada um compete em sua categoria, mais ambos enfrentam o mesmo sol, a mesma pista e distância. Os cotistas não rebaixam o nível médio dos cursos ( a prova é a mesma para todos, ninguém entra pela janela). As cotas é uma forma que o governo encontrou de retificar os erros cometidos, sempre existiram negros inteligentes, mais não foi dada oportunidade para que desenvolvessem seu potencial, ou seja, tudo isso faz parte de uma reparação histórica.



Imagem: Campanha a favor das cotas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

2 comentários:

garota do jornal disse...

Justiça! Enfim, ela vem chegando.
Acredito.

Obrigada pela visita! Blog lindo! Já está no meus prediletos.

Bjo.

jorginho da hora disse...

Uma vez fizeram uma enquete perguntando se existia racismo no Brsil. O humorista Millor Fernandes, de uma forma muito irreverente respondeu que no Brasil não existia racismo porque o negro sabia o seu lugar. Resumindo, o que ele quis dizer é que o racismo não se fazia visível porque os negros não se manifestavam o suficiente para provocar os animos racistas. Parece que as cotas para negros estão resusitando o ranço racista escondido atrás da porta.

Mais um beijo!

 
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